quinta-feira, 11 de outubro de 2012

PROBLEMAS LÍQUIDOS


Medrosos. Só saímos às ruas quando não chove. Culpa de espectador que não aparece. Vaidades: gostamos e precisamos ser vistos. Até dancinha nós fazemos para conseguir atenção. Hoje teremos reformas em nosso barco e teremos que mudar nossas coisas de lugar... E quanta coisa.
Não sei bem sentiram nossa falta. Semana passada velejamos rumo à Bauru para aparecer novamente. E tivemos bastante sucesso nesta empreitada. Muito público, muito sol. Já velejamos de volta percebendo que, no momento, é aqui que devemos ficar. Amanhã tentaremos entreter pessoas novamente se combatermos um dos nossos maiores inimigos imprevistos: a água que vem do céu e que costuma, ironicamente, surgir bem quando resolvemos desembarcar.
Sim, o Murphy também gosta de atuar com os piratas. Com sorte daremos uma bela rasteira nele.

Tombinho.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ACONTECENDO



Permanências.
Barbicha me ataca e , ainda assim, não me desprendo dele. Meu parceiro de sexo duvidoso. Não vou negar cair na mesma situação colaborando, também, com minha infantilidade. Você deve se lembrar da sensação de estourar bolhas de plástico e da imbecilidade anexada à delícia da ação. Um trabalho e um pequenininho sacrifício por um pequenininho prazer. Não sei bem se lhe interessa, mas porque acha que estou aqui? Este serviço fora-de-barco neste local que chegamos... LUZ... Não tem sido muito confortável. Gosto deste desconforto, porém. Agrada uma vida como a minha. Não pensada em fama, lucro e ascensões. Este pouco já anda me bastando e trazendo sorrisos. O caminho não me incomoda e sim o lugar que aportamos.
Barbicha continua tocando suas melodias que me fazem dançar ao invés de andar e são coisas pequenas assim que me motivam para continuar nesta vida. (Existe outra?) Pensei em pássaros hoje. Sempre gaivotas e todos os bichos clichês marítimos que você possa imaginar. Aqui, neste novo lugar, temos fileiras de pombas que nos assistem. Percebendo beleza no que se é considerado sujo.

Tombinho.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Oh! O Capitão Wood Rogers!

Temido e sarcástico o corsário da marinha inglesa Capitão Wood Rogers enfia barrigas nas espadas dos subversivos piratas. Não perca: mais inversões idiotas de palavras no dia 1º de setembro, sábado, 20h, em frente à Sala São Paulo da Praça Júlio Prestes. Piratas de Galochas na Luz. Yoo-hoo!
foto: Kathleen Kunath, arte: Hermes dos Reis

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Piratas de Galochas

"Eis a imagem da vergonha, do crime, do desvirtuamento dos valores morais" diz Torres, PM do 27º Batalhão do bairro da Luz, sobre foto que cria boatos da presença de piratas na região, "... não passam de palhaços atrasados para o baile da terceira idade, verdadeiros pândegos arruaceiros!". Quer saber mais? - Sábado, 1º de setembro, 20h, Praça Júlio Prestes: Piratas de Galochas!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Capitão Barba-Molhada

Por: Paloma Franca Amorim

Capitão Willy William Will O' Well

Por: Paloma Franca Amorim

Piratas de Galochas: na Luz!


Bucaneiros! Os Piratas de Galochas avistam um novo horizonte, uma terra perdida pelos oceanos da Luz, um novo porto onde podem realizar os seus saques, pilhérias, bebedeiras, bravatarias, piadas-infames e todas essas besteiras que um pirata faz! Estréia sábado, 1 de setembro, 20h, Praça Júlio Prestes.

Piratas de Galochas
Setembro: sextas, sábados e domigos, de 1 a 23.
Outubro: sextas, sábados e domingos, de 12 a 21.
O espetáculo tem início às 20h na Praça Júlio Prestes, em frente à Sala São Paulo.

Yoo-hoo!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Estes dias.

Pirateando. Cansado. Fugindo de um lado para o outro, berrando e só eu consigo ver a ameaça. Transeuntes ficam indignados e querem saber do que estou correndo. Eles ainda não viram, mas sei que vão ver. Pensando que estávamos sendo seres estranhos aqui e, agora, conhecendo alguns ainda mais. Ontem a moça , em seu outro estado, puxou meu cabelinho. Ai... Doeu. Gritei na cara dela.
Agora me arrependo um tanto pois não sei se tenho direito de me impor em um local já ocupado.
Terreno baldio. Trave de futebol. Prevendo um enforcamento. Estou aqui já no conhecimento de que morrerei no fim e treinando isto. Mas não vamos todos pelo mesmo pensamento?
Conhecendo isto que eles chamam de cidade. Desembarcamos do barco e passeamos pelos concretos.
Tombinho.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

MÍMICA.

Pensando que poderíamos ir muito mais além. Tantos impedimentos em área que “deve” ser impedida e não quer ser. Brincando de mímico por aqui. Perdendo a voz e recorrendo ao corpo para alguma possível comunicação. Ainda – e acho que sempre – nos arriscando com as intempéries de nossas locações. Se no mar temos sede e outras tantas pequenas complicações, aqui lidamos com o concreto, com o chão e com esses novos companheiros de território.
Tentar fazer parte e ocupar um local já ocupado. Já acostumados com isso... Nossa natureza. Nem sempre acolhidos. Temi pelo Conta-Causo por sua segurança em novos terrenos. Tranquilo, porém, de saber que nossa tripulação zela e protege uns aos outros. Somos um coletivo. Hoje alguns tiveram o equívoco de nos aceitar por sermos uma peça. Outros xingaram e outros fugiram. Existimos em nossa realidade e tentamos sempre nos adaptar a uma outra. Difícil ser aceito em locais já estabelecidos socialmente. Desafio de piratas.
Aprender a ter que nos desvencilhar das máquinas que quase sempre nos capturam. Carros e ônibus chamam. Grandes bichos motorizados que se revelam para mim. Ainda continuamos caindo nesse chão que “não” nos pertence. Como piratas, novamente, lutando contra este status. Sempre em busca de uma pacificidade nesta relação.
Pensamentos coletivos em fazer imagens com fogo em frente aos bombeiros. Subversivos. De novo, nossa natureza pirata. Ainda no barco por perceber que é a rota mais segura no momento.
Tombinho.

domingo, 3 de junho de 2012

OUTRO DIÁRIO...



Me sinto fácil de ser deixado, de ser esquecido. Vamos por aí e tentaremos alguma estratégia. Meus colegas de barco e trabalho se enervam e não há dúvidas do porquê. Estamos lidando com o espaço público e com a justiça (assim nomeiam). Esta ali a segurança – não polícia (como se a diferença tivesse potência) – maltratando um querido meu de tripulação. Gerson leva a porrada verbal  e, quase justificavelmente, física do policiamento existente em estações de trens e metrôs.
Acho tanta simpatia nas putas que encontramos, nos transeuntes, claramente drogados, que vemos e que, como nós, são sempre tão saudosistas e poéticos em suas condições. Assim também tentamos.
Tentativas de perder certas performatividades, sair do conforto e procurar meus atos cênicos. Não mais incomodar meu colega de barco – cena – por falhar de consciência minha. Adorando, como sempre, este nosso coletivo. Pesquisando como ser mais adorável.


Tombinho.

( Se quase nunca caio... porque me chamam assim? Respostas possíveis com certeza existem.).

quinta-feira, 17 de maio de 2012

À BORDO...



Chegamos em local já conhecido. Sempre vim pros arredores da estação da Luz, mas confesso ter sido sempre  em ambientes institucionais e “seguros”. Pinacoteca, estação, etc. Agora mais à deriva.
Precisamos conhecer o local de futura (e até já atual) intervenção do nosso coletivo. Caminhamos bem, vasculhamos bem e alguns personagens já se apresentaram para nós. Sim, personagens... Estamos quase em plano B aqui – por enquanto. Percebendo que sempre que fazemos rodas (pra cair, conversar, enfins) criamos um magnético para estas personas no bairro da Luz. Corpo fala, coletivo de corpos gritam. Uma roda por ali... já é indicativa de aproximação de estranhos em busca de conforto – em vários sentidos. Atenção, pelo menos, sempre damos.
Improvisar. Ando meio descuidado disso mas já pegando a rédea de volta. É a base de muitos tijolos de nossos ensaios e peça. Agora fora do conforto da sala de ensaio ou do meio acadêmico. Na rua e na cracolandia vamos e, não sei bem ainda o porquê, parece que todos nos sentimos mais empolgados com essa situação.
Visitando o Atendimento Médico Ambulante. Incrível o conforto, limpeza e segurança de um local estabelecido à tão pouco e, ao mesmo tempo, tão próximo de eleições. Dúvidas...  Confiança grande, porém, nos profissionais de lá. Fomos bem recebidos por médicos, auxiliares e enfermeiros que, não só simpáticos, eram bastante prestativos com a função.
Idéias escapadas. Conhecendo o AMA, por que não uma intervenção ali? Uma oficina... Treinar quedas ali, apresentar uma ou duas cenas ali. NÃO. Somos fissurados e sempre queremos um pouco mais. Feliz que também sabemos nos conter. Voltamos pra rua. Essa era nossa proposta.
Tombinho.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Os Piratas invadem a Calourada!

Onde há peixe, há água...
Navegando pelas marés paulistanas, em busca de uma nova terra aonde possam praticar seus saques, espancamentos, raposeiras e toda uma sorte de ardilezas, comandados pelo Capitão Willy William Will O' Well, a tripulação do navio Kuttel Daddel Du III encontra uma terra praticamente inóspita e insalobre, com as condições perfeitas para a consolidação de Providence, a Federação dos Piratas: o Paço Abandonado das Artes na USP!


Ancorados em terra os piratas afirmam a sua condição de ocupantes de um espaço abandonado, sem função social ou vivência artística, mas cuidado, as ameaças são constantes e moram logo ao lado. O nosso amado Rei George (rrrrrrspift!!) e toda a sua força bélica, naval e britânica não espera até o seu chá das cinco esfriar: representado pelo temido Capitão Wood Rogers da Marinha Inglesa e toda uma corja de corsários investirá impiedosamente contra a ocupação e os bucaneiros para retomar a terra que se diz de seu domínio e construir um projeto milionário com fins comerciais.


... e onde há água há pirata!!
A apresentação acontecerá na quinta-feira, 1º de março, com a concentração acontecendo as 19h na entrada do Paço das Artes para a locomoção até a parte abandonada.

Como de costume venham com roupas confortáveis e sapatos para a caminhada.


 

Piratas de Galochas
Invasão da Calourada!
Quando: 1ª de março de 2012
Onde: parte abandonada do Paço das Artes-USP
19h na entrada do Paço das Artes
Evento no Facebook: http://www.facebook.com/events/316713775041181/

Fotos da apresentação em Caucaia - Movimento Terra Livre

No dia 29 de janeiro de 2012 os Piratas de Galochas chegaram derrapando em seu navio Kuttel Daddel Du III lá em Caucaia, Cotia, espaço ocupado pelos integrantes do Movimento Terra Livre. Fizemos uma versão "pocket" do espetáculo, muitas cenas e opções dramatúrgicas foram cortadas, por conta da adaptação da peça no mesmo dia. Apesar dos improvisos de última hora conseguimos um bom público da região! Seguem algumas fotos abaixo (agradecimento ao Adriano dos Santos Abreu pelas fotos enviadas).